domingo, 18 de abril de 2010

A AMIZADE QUE NASCEU NA MATERNIDADE

O nascimento da minha primeira filha Bruna foi uma grande surpresa. Era maio de 1998 e eu já estava no oitavo mês quando fui fazer um exame para verificar os batimentos cardíacos da criança. Meu pai me acompanhou no exame e ficamos assustados com o resultado. A médica Informou que eu deveria procurar meu obstetra imediatamente porque minha filha estava em sofrimento fetal. Fomos direto para a casa de meu pai e de lá para a maternidade, na Tijuca. Avisamos meu marido que estava no trabalho e ele ficou encarregado de levar as bolsas. O medo foi tanto que fiz xixi na cama da minha mãe quando o médico informou que o parto aconteceria naquele mesmo dia: 19/05.


Já no quarto do hospital, a espera não durou muito pois o bebê viria através de uma cesariana pois o cordão umbilical estava enrolado no pescoço do bebê. Bruna nasceu às 23:49 com 4.200g e 49 cm. Linda e grandona!!! No dia seguinte eu ainda sentia o desconforto do parto. Minha companheira de quarto, Soraia, teve seu filho, o Thales, naquela mesma noite e por ter feito parto normal já conseguia ficar de pé e foi sozinha tomar banho. Nossos bebês chegaram no quarto e foram entregues pelas enfermeiras tão rapidamente que mal sabíamos o que fazer com eles. Pedi à Soraia que levantasse um pouco a cama para que eu pudesse amamentar ainda deitada. Algo que não foi tão fácil quanto eu pensava. Mas...com amor e paciência tudo que precisávamos aprender naquele momento foi tirado de letra.

Na parte da tarde recebemos a visita dos maridos, amigos e parentes próximos. Era um tal de um olhar o bebê da outra. O pai, na época, estava com o pé fraturado com vários pinos de fixação externa. Fiquei imaginando o quão difícil seria o dia-a-dia da Soraia quando saísse do hospital com um filho recém nascido e um marido naquele estado. Eles moravam próximo à casa do meu sogro e nossos maridos trocaram informações sobre o bairro. Quando ela foi embora, ofereci um ursinho branco que era lembrança da maternidade pelo nascimento da Bruna. Ela agradeceu e partiu antes de mim que ainda fiquei internada por mais dois dias.

10 anos depois...minha filha voltou da escola de me contou: “- Mãe, sabia que um colega da van nasceu no mesmo dia que eu: 19/05/98?”. Eu perguntei o nome do garoto e ela disse: “- Thales.” Eu não acreditei. Aquele nome não era estranho...de onde eu o conhecia. Lembrei-me do nascimento da Bruna, do hospital  na Tijuca, mas não tive certeza do nome da criança. Pedi para que minha filha no dia seguinte perguntasse se ele nascera no mesmo hospital e se o pai dele estava com o pé fraturado quando ele nasceu. Achei que a criança teria visto as fotos da época e confirmaria as informações sem dificuldades. Quando a Bruna voltou da escola, logo falou:” Lembra do que você me pediu para perguntar hoje para uma certa pessoa da escola?” Eu disse que sim. “ - Mãe ele disse que nasceu lá mesmo e que o pai realmente estava machucado na perna quando ele nasceu”.

Eu quase caí para trás. Depois de 10 anos, por acaso, as duas crianças que estiveram num mesmo quarto de hospital quando nasceram se reencontraram em um mesmo transporte escolar. Consegui o telefone da Soraia e no dia 13 de fevereiro de 2009 liguei para ela revelando aquele mistério do acaso. Ela também ficou surpresa e contente com a incrível coincidência. Quanto ao Thales e a Bruna, acho que eles terão uma curiosa história para contar para seus amigos!!!

Inauguro meu blog hoje com esta história. Minha idéia é contar passagens da minha vida para que, um dia, meus filhos possam saber pela leitura de como eu penso, o que me marcou nesta vida e...quem sabe...algumas lições que deixarei de herança para o futuro.

Até mais!

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